terça-feira, 1 de junho de 2010

Minhas férias de mochila

Depois do encerramento da longa temporada de inverno, foi só esperar mais uma semaninha e enfim férias...
Eu ainda estava bastante tensa, mesmo depois do longo processo em busca de entusiasmo e coragem pra fazer um "mochilão" sozinha. A princípio tudo estava me parecendo meio desgostoso. Eu pensava no fato de não ter com quem compartilhar instantâneamente os meus comentários, risadas, aborrecimentos, coisas de momento e também pensava se não seria me expor de mais, viajando sozinha por 5 semanas à mercê de todo tipo de pessoas. Sem falar da questão dos idiomas...
Primeiro me comprei uma mochila adequada, buscando os efeitos psicológicos do presente. Uma coisa que me ajudou muito foi ler sobre a experiência de outras pessoa, principalmente mulheres que viajam o mundo todo sozinhas. Garimpei várias dicas, incluindo até defesa pessoal (rss... eu sou pior que manteiga pra essas coisas). Por fim eu estava mesmo decidida a ir, lembrando que aquELE que é por mim haveria de prover tanto segurança quanto companhia ou o que fosse necessário pelo caminho. Quanto aos idiomas eu não esperava muito milagre não! Passar alguns apertos já estava certo. Tá... tudo pronto, bora descer a montanha! Primeiro destino, Itália-Roma. Viagem de trem, longa que só. Roma é meio que uma extensão do Brasil, eu diria... se bem que no Brasil tem filas, em Roma não... em Roma o povo amontoa mesmo. Além desse lado meio caos, Roma é um museu a céu aberto. A história é contada pelas ruas. Desde ruínas do antigo império a construções exuberantes de Mussolini. Acho que cumpri todo roteiro obrigatório para um turista de primeira viagem, até assisti um pedacinho da missa razada pelo Bento XVI. Algo que curti muito em Roma foi o clima, embora também muita chuva, finalmente dias de relativo calor (temperatura max.25°C)! E nos dias premiados de sol e céu azul fui à praia.
Seguindo viagem: próximo destino, Inglaterra-Londres. Minha primeira frase em inglês: I speak nicht englisch. kkkkkkkkkk Acho que quem ouviu isso duvidou até que eu viesse desse planeta...rss claro, eu me virava como era possível, sempre com muita confusão na cabeça. Acho que passei mais aperto em Londres do que em Roma. Mas foi ótimo!! Bem... Londres é Londres, não há muito o que dizer. Foram dias ótimos, fiquei apaixonada.
Daí eu rumei para meu último destino antes de voltar pra casa, Alemanha-Munique. Nossa, que alívio! Finalmente eu tinha de novo o poder da palavra... já havia completado 6 meses desde a última vez que eu estivera em Munique. Mas além de rever amigos e pessoas queridas, eu reservei tempo para um curso intensivo de alemão. Tudo de bom!
A verdade é que no fim eu já estava morrendo de saudade da minha rotina e não via a hora de subir a montanha de novo. Fiquei feliz por ter conseguido cumprir todo o plano de férias, por voltar bem e descansada pra casa. Deus é muito bom!!
Ainda quero fazer alguns comentários sobre as férias, mas num outro post.
Sobre as fotos, a única que carece legenda é a última: eu e minha classe do alemão numa visita a uma pinacoteca.


domingo, 25 de abril de 2010

Falta de "DP"

Nosso Abschlussabend foi ótimo!! Boa comida, boa companhia, boa conversa. Sim, eu consegui me integrar. Gostei de ver o resultado do longo processo de integração. Mas o que mais chamou minha atenção na noite foi notar minha falta de domínio próprio.
Cada funcionário foi presenteados com 25,00 euros para iniciar a jogatina. Eu tive a "sorte" de ganhar o dobro(uma pessoa que não quis jogar, se sentiu bem em me dar). Tive também a sorte de ganhar algumas rodadas na roleta e cheguei a acumular cerca de 80,00 euros. Mas daí cometi o típico erro de todo viciado: não saber a hora de parar. Até não restar nada. Mas peraí, eu não sou viciada... Onde estava meu domínio próprio quando eu precisei dele. Eu achei que ele estava comigo... quando foi que eu o perdi?E a minha voz apressada em criticar os "viciados"? Fora silenciada.
Na verdade não acho que eu o perdi ou que estou completamente desprovida de DP, mas realizei que ele esta fraco.

É incrível ter que "lutar" contra si mesmo. Contra a vontade de comer mais que o necessário, de dormir enquanto o sol queima lá fora. E quando você sabe que precisa responder um email ou dar um telefonema e isso parece doer, rss. Chega parecer ridículo! Daí por coisas cada vez menores travam-se guerras internas, discussões intrapessoais e por fim começa-se a perder para si mesmo. Por pequenos prazeres ou pequenas ilusões, já tive que suportar o peso da frustração no fim do dia. Por que não é possível lembrar com a devida antecedência a dor de chorar o peso da própria culpa? Tá, tá bom... eu reformulo a pergunta: como é possível desprezar tão facilmente as lembranças das experiências já vividas, das culpas já lastimadas antes? Pelo menos eu não me deixo chorar em paz, me jogo na cara que aquele momento amargo poderia ter sido evitado.
Não foi fácil voltar pra casa com as mãos abanando. Lamentei pelo golpe que dei em mim mesma, ferindo meu domínio próprio. E 80,00 euros nas vésperas das férias também não teria sido ruim, rss.

Não quero dizer que daqui pra frente vai ser diferente ou que depois do casino tudo mudou e agora eu só faço aquilo que é correto, saudável e cumpro 100% com minhas obrigações diárias. Não! Quem dera...
Mas todos os dias (tá... a maioria) há pelo menos a intenção de não cometer erros clássicos, aqueles antigos. Que sejam erros novos, erros que não me deixem tão sem graça por ter que pedir perdão mais uma vez.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Começando pelo último dia

Embora esta seja a primeira postagem, o que tenho pra escrever não deve ser considerado algum tipo de "começo". Não tenho agora interesse em começar por onde julgo ser o começo, mesmo sabendo que vou precisar voltar para esclarecer, para dar sentido ou apenas para satisfazer meu desejo de prosear sobre coisas que já passaram.
Mas não hoje, não agora. Talvez mais tarde...

Hoje foi meu último dia de trabalho antes das férias! Desde dezembro, 3x por semana,com raras exeções, acordei as 5:30h. Mas fiz com muito gosto! Eu sempre tive que acordar cedo para ir trabalhar. E até hoje não tinha tido a sorte de ter um trabalho por perto; 2 ônibus para ir, 2 para voltar (sem falar do ônibus entre-meio de um trabalho para o outro ou do trabalho pra facul....) era o mínimo que eu tinha que enfrentar. Mas isso hoje, torna algo simples em um detalhe especial: poder ir e voltar a pé. Isso foi algo que apreciei todos os dias que trabalhei nos últimos 5 meses. Sem falar das indescritíveis surpresas preparadas pelas montanhas todas as manhãs.Vou apenas dizer que nunca foram iguais.

Tive um dia ótimo de trabalho! Consegui até gastar algum tempo conversando com um casal de Berlim. No horário do almoço recebemos o convite para o Abschlussabend (jantar de encerramento), que será um jantar em um hotel ***** e em seguida um casino, em Innsbruck (capital do estado onde eu moro). Poxa, eu ainda não estive em um casino! Não sei se terei tempo hábil para aprender jogar Poker, rss.

Estou feliz, satisfeita (não 100% - assunto para outra postagem) e grata pelo fim da temporada de inverno. Tenho realmente o sentimento de ter feito um bom trabalho, de ter dado minha contribuição e ter notado que ela foi importante. Também vale registrar o salto no meu aprendizado de alemão - ich bin wirklich zufrieden!! Entro de férias com a consciência leve, com a boa sensação do dever cumprido.